terça-feira, setembro 28, 2004

Sinto-me bem

Não sei se estou a cair

ou se estou a subir

mas também não quero parar

hoje estou assim quero partir,

rasgar, esmagar...apertar até sentir a poeira a desfazer-se nas mãos

Chega, vou partir até os ponteiro do relógio

para tentar parar o tempo

quebrar a monotonia, a hipocrisia

Sim hoje sinto-me bem com a minha consciência

com quem preciso de estar

Mas é preciso tanta fúria

porque não ir devagar

saborear cada momento, único e que não volta

porque não há dois momentos iguais

A tua memória relaxa-me, dá me a paz de espírito que surgiu

quando te conheci, eu estou consciente onde estou e para onde vou

Quero viver mas não quero andar à deriva,

Quero a loucura mas não quero a tontura,

é sempre mais fácil, destruir, desistir, fugir ...do que lutar, corrigir, organizar, alcançar

a gota que cai no lago de águas paradas soa melhor, única entre muitas do que todas as gotas

sem rumo nem destino numa chuva de tempestade

por isso cada passo que dou é meu, consciente…caminho para ti

já andei na tempestade, sozinho, sem rumo nem destino

Hoje falaste no Jim, vem-me sempre à memória aquele canção,

Riders on the storm…(and we listen that organ playing far away as the drops of the rain hit the way)

Yes I also have been in a storm, too many storms for a life time

Know is time two sharp, to fit and to achieve

Yes, I`m rider …you´ll see.

The run is long, isn´t easy, but the answer stills … wonna come with me?

sexta-feira, setembro 24, 2004

O Vórtice

Já sentiste a velocidade, o vento a esmagar-te a cara, a vontade de alcançar o próximo lugar que nunca está perto porque sempre muda, tu avanças, cada vez mais rápido, sentes a adrenalina, o formigueiro nas mãos, o corpo tenso, uma pinga de suor que resvala da fonte e cai perdida no vento, também levada pelo vórtice das palavras, da emoção. O vórtice é o turbilhão de ar que se forma nas pontas das asas de um avião, é o rasgar do vento feito pelo metal, que esmaga em força, e ressoa no ar. Sabes voar, já te imaginaste dentro de um caça a 2700 km/h, não… não são 270 km/h, eu repito, repete tu também e sente 2700 km/h, é fazer do Minho ao Algarve num quarto de hora. Percebes agora o que é o Vórtice e que não vale a pena correr, o teu Ferrari é estupidamente lento, nada como o Vórtice do pensamento…o turbilhão de ideias que não pára e tu a querer avançar…a querer trabalhar e alguém que não te deixa pensar…, tu não me deixas pensar, porque és como o Vórtice que rasga o meu pensamento e não me deixa descansar, sinto-me preso a ti, às tuas palavras, à tua voz …espero nunca fazer-te sentir o Vórtice do meu corpo, da minha alma …no teu corpo, de mulher, …quero desaparecer em velocidade, sem nunca te poder tocar …porque tenho outra mulher que não quero magoar. Já tentei estar aqui e ali, mas cada vez mais me divido, entre ti e o Vórtice que ressoa no ar.

quinta-feira, setembro 23, 2004

Ser ubíquo

Eu estou, fico, não saio, grudo, impregno e estou sempre, aqui e além mas estou.
Sou como o ar, estou em toda a parte, ontem, hoje e amanhã. Torna-se cansativo, chato, pegajoso, de tão presente que estou. Nem quando termino me vou embora ficam as palavras e volto a estar. Nem a morte me diz que não estou, já marquei aquilo que a história não marca, e continuo a estar…. Nunca vou porque já lá estou. Quem sou... sou eu, tu, ele, isto e aquilo, de tão presente nem me vês, porque estou sempre em todo o lado.