domingo, fevereiro 11, 2007

Fugir do Fado


Esta semana é particularmente importante, e o dia de hoje do referendo,

dia 11 Fevereiro mais importante ainda.

Não pelo tema que encerra em si(cansado e desgastado até à exaustão), mas pela decisão que é

dada a todos que participam neste referendo.

Era bom que deixássemos de uma vez por todas de nos alhearmos dos grandes

momentos do País para que outros decidam.

Quero ir até mais longe e acho que para aproximar o Povo da Democracia

passaria por fazê-lo participar mais vezes nas grandes decisões do País.

Acho que não se fechavam tantas maternidades, urgências, escolas e

Não se apostaria em projectos megalómanos do tipo OTA e TGV.

Contudo ainda temos muito do português salazarista, em que os Outros:


“Os ministros, os políticos, aquela corja …vão dando cabo do País.

Todos querem é taxo …é bê-los nas eleições a rirem-se para a xente, a prometer

ao povo …e depois nunca mais cá vêm.

Aqui na xerra nem penxar …mas lá para baixo para o povo, bão lá

Esses ladrões, dão umas bandeiras, umas canetas e papel …

Oubi dizer que o Sr. Presidente da Xunta também dá uma fevras e pinga da boa nexes

dias.

Mas alguém tem de guardar o gado …

Eu não me importo … tem de ser né,

Nesta altura faz mais frio e temos de nos abrigar debaixo das pedras …é axim, que é que axente há-de fazer,

Noxo Senhor é que sabe."

Um bom retrato do que ainda somos está neste

Fogo Preso


Quando se ateia em nós um fogo preso,

O corpo a corpo em que ele vai girando

Faz o meu corpo arder no teu aceso

E nos calcina e assim nos vai matando

Essa luz repentina

Até perder alento,

E então é quando

A sombra se ilumina,

E é tudo esquecimento,

Tão violento e brando.

Sacode a luz o nosso ser surpreso

E devastados nós vamos a seu mando,

Nessa prisão o mundo perde o peso

E em fogo preso à noite as chamas vão pairando

E vão se libertando

Fogo e contentamento,

A revoar num bando

De beijos tão sem tento

Que não sabemos quando

São fogo, ou água, ou vento,

A revoar num bando

De beijos tão sem tento,

Que perdem o comando

Do próprio esquecimento.

De Vasco Graça Moura – Fontes Rocha

Cantado por Mísia

2 Comments:

Blogger yora said...

Andar e parar. É necessário andar, porque se o Mundo à nossa volta anda, evolui (pelo menos teoricamente), temos também nós que andar. Parar porque como disseste os passo têm q ser moderados, pensados, para repensarmos os conhecimentos adquiridos, para a aprendermos a dar o próximo passo.
Ora isto seria a teoria porque, infelizmente, não é o que na maioria das vezes ocorre. Ou corremos, corremos desenfreadamente. Sem paragens! Sem olhar para trás! E depois, talvez por arrependimento, talvez numa tentativa de aprender, paramos, paramos, tentamos talvez apagar...Nunca existe um meio termo. Somos feitos de excessos.
Não concordas?

Gostei do modo como transmites a mentalidade portuguesa. Caricatura talvez não assim tanto exagerada da realidade (infelizmente). Somos um país estagnado, de mentalidades estagnadas.

Um abraço

11:10 da tarde  
Blogger Mina said...

Está bem, e acabou por ser assim mais uma vez. Ganhou o sim ou a abstenção?
Já se sabe que é o páis que temos, e como o mudar? Difícil por demais...
Bjs!

9:37 da manhã  

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