Emergência – Objectivo Zero

Caro leitor(a) um aviso sério à sua integridade física.

Se viajar em Portugal fique a saber que do Minho ao Algarve

O seu risco de vida varia e muito à medida que se afasta do Porto, Coimbra e Lisboa. Porquê ?

Como já deve ter imaginado estes são os 3 pólos de saúde deste jardim à beira mar plantado. No entanto, o nosso ministro da saúde com o objectivo de baixar o defícit do ministério da saúde, um buraco que eu acho ninguém conhece bem, mas que foi roubado durante vários anos à custa da promiscuidade da classe médica a trabalhar nos dois sectores público e privado. O ministro escolhe uma equipe e vai de cortar a direito, fecha maternidades e urgências. Os resultados estão à vista, a população com maior dificuldade nos acessos às urgências fica pelo caminho ou então morre na praia à custa da descordenação dos serviços "competentes". As culpas já todos sabemos de quem são mas a impunidade impera e as cadeiras de direcção continuam ocupadas. Neste como noutros sectores do estado o que falta é uma fiscalização que começa a fazer-se sentir mas não tem alcance para destronar lobbies instalados há muito.

O facto é que até mesmo numa emergência, se for ao fim de semana, na época de férias de verão ou de Natal, se a triagem for mal conduzida irá passar largas horas à espera de ser visto por um médico. O ridículo é que agora ainda estão mais concorridas porque entretanto outras fecharam. Ao que parece a qualidade irá aumentar, segundo o ministro, mas interessante seria ver o senhor ministro a demonstrar quanto tempo levaria a sua vida a ser socorrida se estivesse em Trás-os-Montes, na Beira Baixa ou no Alentejo. Isto na qualidade de cidadão nunca de ministro, ou será que o direito à urgência varia ?

Para terminar e uma vez que o tema está quente e já foi aqui abordado, apenas acrescento isto: imaginem o que acontece quando uma mulher entra numa urgência em risco de vida associado a um aborto.

Nunca se viu uma mobilização, com argumentos e estratégias inimaginaveis, realmente deve haver muito interesse em tudo isto. Salvar vidas ? Então comecem pelas maternidades e urgências e digam SIM à despenalização, de contrário as "Ladies" continuarão a curar a enxaqueca na clínica e a cidadã do desempregada a ser julgada.