sexta-feira, novembro 16, 2007

Oxigénio - II

Continuando a Desafiar os LIMITES
ou a ciência da sobrevivência.

Quando muitas vezes vemos os records olimpícos
a serem batidos nunca pensamos na preparação para os alcançar.
Aqui podemos fazer um pequeno teste depois de vermos estes vídeos,
sustenha a respiração e reflicta nas possibilidades do ser humano e
no seu poder de adaptação.
Pare o som do blog e ouça o dos videos



impressionante



de cortar a respiração.


sábado, novembro 10, 2007

Oxigénio - I


«Para o caso de uma súbita baixa de pressão na cabina, há máscaras de oxigénio disponíveis nos cacifos superiores.»

" O grande aumento de via­gens aéreas nos últimos 25 anos tornaram estas palavras familiares, embora felizmente poucos tenhamos passado por tal situação. A maio­ria do tráfego aéreo comercial faz-se a uma altitude que ronda os 10 400 metros. O rebentamento de uma janela a essa altitude é acompanhado de um forte estrondo, com o ar a fugir da cabina e a pressão a equili­brar-se com os valores exteriores. Os objectos soltos, e as pessoas que não apertaram os cintos de segurança, podem ser sugados para o exte­rior e a cabina enche-se de uma névoa fina à medida que a temperatura desce para os valores verificados no exterior e o vapor de água contido no ar se vai condensando. É vital colocar rapidamente a máscara de oxigénio, pois o nível de oxigénio dentro dos nossos pulmões cairá abruptamente e perderemos a consciência em menos de trinta segundos. O «tempo útil» durante o qual o piloto pode tomar medidas de cor­recção é ainda menor - uns quinze segundos apenas. Um piloto de avia­ção desmaiou porque deixou cair os óculos quando o cockpit se des­pressurizou repentinamente e ele se dobrou para apanhá-los antes de colocar a máscara. Felizmente, o co-piloto não cometeu o mesmo erro.


A pressão parcial de oxigénio nos pulmões a 10 400 metros e com respiração de ar não pressurizado é de cerca de 20 torr, demasiado baixa para permitir a vida. Respirando-se oxigénio puro, porém, sobe para cerca de 97 torr. Isso é suficiente para sobreviver se nos mantiver­mos quietos, mas não se nos movermos, razão pela qual a tripulação da cabina é ensinada a ficar sentada até o avião retomar o equilíbrio a uma altitude razoável (a outra razão é o avião ser colocado num ângulo íngreme para perder altura rapidamente).

A pouca capacidade de exercício a altitudes elevadas foi ilustrada de forma bastante dramática durante o início da Segunda Guerra Mundial. Embora os artilheiros da retaguarda dos bombardeiros que voavam a 5500 metros permanecessem alerta nos seus postos respiran­do ar, quando tentaram rastejar até à parte principal do avião, muitos desmaiaram. Isso sucedeu porque a maior quantidade de oxigénio exigida pelos músculos em movimento não pôde ser satisfeita pela maior absorção do ar e a quantidade de oxigénio que chegava ao cére­bro não era suficiente para que continuassem conscientes. Desde que uma pessoa permaneça imóvel, porém, é possível ascender aos 7000 metros respirando ar numa aeronave não pressurizada sem perder a consciência; altitude que, convém não esquecer, é muito inferior à do cume do Evereste.


Mais insidiosa do que a despressurização instantânea é a lenta baixa de pressão dentro da cabina, porque a redução progressiva da concentração de oxigénio pode não ser notada imediatamente. O pilo­to pode não reparar que há problema e por conseguinte não tomar medidas correctivas. Como os primeiros balonistas descreveram tão eloquentemente, essa privação gradual de oxigénio pode originar uma sensação de euforia, levando à desconcentração e à dificuldade de raciocínio. Acabará por causar perda de força muscular, inconsciência, coma e morte. Esses efeitos resultam da incapacidade de o corpo se ajustar com a rapidez necessária à menor concentração de oxigénio do ar a grandes altitudes."

"Desafiar os limites - A ciência da sobrevivência " - Frances Ashcroft