400 anos num planeta chamado Terra, habitado por vários seres, os mais independentes mas complicados eram os que se auto-proclamavam de seres humanos. Zónix oriundo da galáxia Orion aguardava agora a chegada do elemento que o viria substituir. Zónix era um ser mimetante, possuía a capacidade de se autocopiar fosse de quem fosse. Bastava concentrar-se um pouco e hoje era o Mr. Brown, amanhã o Sr. Ferreira, ontem o Zwalla.
O que era fantástico porque o ser humano deixava-se influenciar de uma forma inimaginável pela forma exterior que a sua cara possuía. A mesma pessoa, a mesma situação tinham tratamentos completamente diferentes. A cor da pele fazia com que existissem grupos de pressão apenas por causa desta pequena diferença. Todos se descriminavam, a diferença residia na quantidade, onde o número fosse maior assim era a descriminação.
Quanto mais frio fosse o ponto onde se encontrava na Terra mais evoluídos eram os povos, um facto que tinha aprendido a necessidade deles aguçava-lhes o engenho e o calor modificava o temperamento destes seres.
Tinha visto de tudo desde a queda da Bastilha, a inauguração da Torre Eiffel, a primeira exposição mundial, a primeira e segunda guerras, sentia um peso enorme com as recordações e amizades que tinha perdido. Eles matavam-se por terem ideias diferentes.
A revolução industrial trouxe a estes seres a capacidade de produzirem objectos iguais e na estrutura da sua sociedade, permitiu que uma minoria conseguisse controlar a maioria dos outros. Antes ainda era mais estúpido, acreditavam que entre eles havia alguns, chamavam-lhe reis, que diziam ter poderes especiais, dados por um ser que eles nunca virão mas teimam em fazê-lo existir, que ainda hoje subsiste, não é o único mas tem muitos seguidores. Esse ser criou uma doutrina que representa uma conjunto de valores que eles teimam em alterar, dizem que o seguem, mas a um ser pobre e bondoso que se deixou matar, eles mataram em seu nome e os que dizem representá-lo de uma forma mais directa são de uma opulência que só visto.
O melhor de tudo é que já existem uns seres humanos neste planeta que são a imagem do paradoxo, chama-lhe políticos, vêm de várias profissões mas a área onde cultivam mais o dom da palavra e da argumentação dá pelo nome de direito, é a ciência mais torta possível, mas eles teimam em chamar-lhe direito.
Entretanto há pouco tempo, ai há cerca de 40 anos conseguiram criar uma máquina que faz cálculos bastante mais rápido do que eles, fizeram-na com memória para guardar os resultados desses cálculos. Eles esperavam que estas novas invenções trouxessem uma vida melhor para eles, e trouxe nalguns aspectos, mas para além de servir de desculpa para os erros dos humanos, não previram o que já tinha acontecido com a revolução industrial, o desemprego, a inadaptação, a exploração entre os próprios seres. Antes existiam os desempregados hoje os excluídos.
Tinha chegado a uma conclusão, a memória dos habitantes deste planeta era selectiva, curta e sobretudo geneticamente desprogramada. Bem o seu teletransporte estava a chegar e Orion estava à sua espera.