quinta-feira, junho 23, 2005

Fora do Mundo


Tudo começa ... no primeiro dia.
Depois seguem-se as alegrias e as tristezas até que tudo acaba ... aqui, em nós.
Pelo caminho a estrada contém marcos onde os anos se inscrevem, os sentimentos se misturam,
e a vida corre umas vezes suave e leve, outras de uma forma exausta, obecessiva,
onde a concentração dá lugar a erros ... estúpidos que no limite podem não ter retorno.
Mas se corre ...porque páras ?
Ou então o que te faz correr ?
Hoje o tempo é mais lesto e silencioso ... hoje não ouves o tic-tac dos relógios,
nem as badaladas nos campanários ... quando ouves ... é porque descansas.
Estás fora do mundo.
Pois é por aqui que vou ficar ... sentir a água a escorrer, descansar debaixo da queda de água
na entrada da gruta "Fora do mundo". Os salpicos permitem um sono refrescante
como se cada gota me lavásse a alma e retemperasse o corpo. O calor não conhece este sítio
e a luz tenta penetrar por entre a água em queda criando um ambiente vaporoso onde ar e água
se abraçam em tons de azul esverdeado e nos transportam para "Fora do mundo".

quinta-feira, junho 16, 2005

Visualização


Num tempo em que o pessimismo, a crise, a conjuntura negativa, está escrito a letras gordas em todos os jornais e trespassam as nossas mentes várias vezes ao dia é necessário irmos beber a locais onde a água é limpa e cristalina. Entender que há que saber dar a volta por cima, a nossa volta. A questão pode ser posta assim:
Porque é que há pessoas que vencem na vida e outras não ?

Tirando aquelas que têm um empurram á nascença, sempre houve, há e haverá pessoas que são persistentes, determinadas e têm uma noção dos seus objectivos bem clara. Primeiro ponto e que de facto é fundamental é sabermos onde estamos, para onde vamos e onde queremos chegar. Estes três pontos são o ínicio de uma mudança. Mesmo que não alcancemos o objectivo traçado pelo menos existe a noção daquilo que ficou por fazer, e embora parecendo que isso não é importante, na realidade é, porque tomamos consciência do que falta fazer. Existe um método utilizado por vários, treinadores, mestres, orientadores cujo ponto fundamental é a VISUALIZAÇÃO. Em que consiste ?

Resumindamente é uma construção mental do objectivo a alcançar visualizando não só este objectivo mas todo o caminho necessário para o alcançar. Num local sossegado de preferência deitado, ou numa atitude meditativa, o local deve ser contruído mentalmente, visualizando objectos e todo o espaço ou situações resultantes desse objectivo. Por exemplo um atleta que pretende melhorar um salto em comprimento, deve visualizar todo o processo desde o arranque até ao final em que caí dentro da caixa de areia, passando por se ver elevando no ar e visualizando os movimentos correctos a executar. No final do dia quando já não temos paciência para nada, se tentarmos concentrar-nos neste pequeno exercício, acompanhado de uma respiração em que a inalação e expiração são lentas e profundas, acreditem que ao fim de algum tempo, 3 a 4 dias conseguem pelo menos uma melhoria na concentração.

O processo de visualização não existe só para metas físicas, pode ser aplicado por exemplo, para um negócio, por exemplo montar uma loja de flores, óbviamente que se não fizer um estudo de mercado, escolher o local, ver o investimento inicial, toda a estratégia a seguir não é por VISUALIZAR que as situações se desenvolvem por si, mas que ajuda a motivação e torna clara as ideias, sem dúvida. Há pessoas que oscilam psicologicamente, ou seja, ora estão muito alegres ou estão num buraco sem fundo, e então quando o tema é o fim da vida que nos toca de perto, parece que tudo nos empurra para andarmos "em baixo". Independentemente da situação que estejamos a atravessar é importante pensar na vida como um caminho em que estamos sempre activos, a gozar um merecido descanso, ou apreciar um bom prato, ou qualquer outro momento de prazer, porque a vida é sobretudo equilíbrio CONTINUADO, sem fim, sempre a caminhar. Outro ponto fundamental é que ninguém como nós mesmos sabe o que é melhor para a nossa saúde, para vencermos os nossos obstáculos sejam eles físicos ou mentais.Isto não quer dizer que sejamos nós os médicos, advogados, engenheiros das nossas situações, mas as atitudes reflectidas sempre levaram a um melhor fim, ou seja a uma melhor resolução das situações, isto apesar de termos as opiniões dos especialistas. Para quem quiser aprofundar o tema aqui fica um link sobre visualização:
http://www.aaasponline.org/asp/performance_enhancement/topics/Imaging.php

quinta-feira, junho 09, 2005

The evil tree


Nesta altura do ano as feiras populares instalam-se um pouco por todo País.
Trazem consigo os seus comboios fantasma para delírio dos mais novos e
regalo dos mais velhos. Como tudo na vida há caminhos que por muito obscuros tornam-se
repetitivos ou pelo menos são lugares semelhantes.
Um caminho a percorrer
uma outra forma de arte
um mundo à parte.
Vai uma volta ...

terça-feira, junho 07, 2005

Carta ao Sr. Primeiro Ministro e afins




" Caro Sr. Primeiro-ministro.

Venho por meio desta comunicação manifestar meu total apoio ao seu esforço
de modernização do nosso país. Como cidadão comum, não tenho muito mais a
oferecer além do meu trabalho, mas já que o tema da moda é Reforma
Tributária, percebi que posso definitivamente contribuir mais.
Vou explicar: Na actual legislação, pago na fonte 31% do meu salário (20
para o IRS e 11 para a Segurança Social). Como pode ver, sou um cidadão
afortunado. Cada vez que eu, no supermercado, gasto o que o meu patrão me
pagou, o Estado, e muito bem, fica com 19% para si (31+19P) Sou
obrigado a concordar que é pouco dinheiro para o governo fazer tudo aquilo que
promete ao cidadão em tempo de campanha eleitoral. Mas o meu patrão é obrigado
a dar ao Estado, e muito bem, mais 23,75% daquilo que me paga para a
Segurança Social. E ainda 33% para o Estado (50+23.75+33+6.75).
Além disso quando compro um carro, uma casa, herdo um quadro, registo
os meus negócios ou peço uma certidão, o Estado, e muito bem, fica com
quase metade das verbas envolvidas no caso.
Minha sugestão, é invertermos os percentuais. A partir do próximo mês
autorizo o Governo a ficar com 100% do meu salário.
Funcionaria assim: Eu fico com 6.75% limpinhos, sem qualquer ónus mas o
Governo fica com as contas de:
-Escola,
-Seguro de Saúde,
-Despesas com dentista,
-Remédios,
-Materiais escolares,
-Condomínio,
-Água,
-Luz,
-Telefone,
-Energia,
-Supermercado,
-Gasolina,
-Vestuário,
-Lazer,
-Portagens,
-Cultura,
-Contribuição Autárquica,
-IVA,
-IRS,
-IRC,
-IVVA
-Imposto de Circulação
-Segurança Social,
-Seguro do carro,
-Inspecção Periódica,
-Taxas do Lixo, reciclagem, esgotos e saneamento
-E todas as outras taxas que nos impinge todos os dias.
-Previdência privada e qualquer taxa extra que por ventura seja
repentinamente criada por qualquer dos Poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário.

Um abraço ao Sr. PM e ao Senhor PR e muito boa sorte, do fundo do meu
coração!


PS: Podemos até negociar a percentagem!!!"
Texto recebido por mail com todo o meu apoio.

quinta-feira, junho 02, 2005

Alien um breve passageiro


400 anos num planeta chamado Terra, habitado por vários seres, os mais independentes mas complicados eram os que se auto-proclamavam de seres humanos. Zónix oriundo da galáxia Orion aguardava agora a chegada do elemento que o viria substituir. Zónix era um ser mimetante, possuía a capacidade de se autocopiar fosse de quem fosse. Bastava concentrar-se um pouco e hoje era o Mr. Brown, amanhã o Sr. Ferreira, ontem o Zwalla.
O que era fantástico porque o ser humano deixava-se influenciar de uma forma inimaginável pela forma exterior que a sua cara possuía. A mesma pessoa, a mesma situação tinham tratamentos completamente diferentes. A cor da pele fazia com que existissem grupos de pressão apenas por causa desta pequena diferença. Todos se descriminavam, a diferença residia na quantidade, onde o número fosse maior assim era a descriminação.

Quanto mais frio fosse o ponto onde se encontrava na Terra mais evoluídos eram os povos, um facto que tinha aprendido a necessidade deles aguçava-lhes o engenho e o calor modificava o temperamento destes seres.
Tinha visto de tudo desde a queda da Bastilha, a inauguração da Torre Eiffel, a primeira exposição mundial, a primeira e segunda guerras, sentia um peso enorme com as recordações e amizades que tinha perdido. Eles matavam-se por terem ideias diferentes.

A revolução industrial trouxe a estes seres a capacidade de produzirem objectos iguais e na estrutura da sua sociedade, permitiu que uma minoria conseguisse controlar a maioria dos outros. Antes ainda era mais estúpido, acreditavam que entre eles havia alguns, chamavam-lhe reis, que diziam ter poderes especiais, dados por um ser que eles nunca virão mas teimam em fazê-lo existir, que ainda hoje subsiste, não é o único mas tem muitos seguidores. Esse ser criou uma doutrina que representa uma conjunto de valores que eles teimam em alterar, dizem que o seguem, mas a um ser pobre e bondoso que se deixou matar, eles mataram em seu nome e os que dizem representá-lo de uma forma mais directa são de uma opulência que só visto.

O melhor de tudo é que já existem uns seres humanos neste planeta que são a imagem do paradoxo, chama-lhe políticos, vêm de várias profissões mas a área onde cultivam mais o dom da palavra e da argumentação dá pelo nome de direito, é a ciência mais torta possível, mas eles teimam em chamar-lhe direito.

Entretanto há pouco tempo, ai há cerca de 40 anos conseguiram criar uma máquina que faz cálculos bastante mais rápido do que eles, fizeram-na com memória para guardar os resultados desses cálculos. Eles esperavam que estas novas invenções trouxessem uma vida melhor para eles, e trouxe nalguns aspectos, mas para além de servir de desculpa para os erros dos humanos, não previram o que já tinha acontecido com a revolução industrial, o desemprego, a inadaptação, a exploração entre os próprios seres. Antes existiam os desempregados hoje os excluídos.

Tinha chegado a uma conclusão, a memória dos habitantes deste planeta era selectiva, curta e sobretudo geneticamente desprogramada. Bem o seu teletransporte estava a chegar e Orion estava à sua espera.