Uma gota para um oceano em tempestade
Num mundo cheio de outros mundos criados por nós, vagueiam almas adormecidas, semi-acordadas, em perigo, em constante sobressalto. Estas almas estão nos hospitais, nas clínicas, nos lares de idosos, nos colégios, nos centros de reclusão, nas prisões, nas instituições que a nossa sociedade criou para de alguma forma nos moldar ao formato que cada uma delas teoricamente representa. Em todas elas assistimos a desvios e a sucessos do dia a dia.
Depois de uma vida em que nós classificamos de normal Ana onde quer que esteja vê-se ao espelho de uma forma tão negativa que o final de uma história feliz onde casaram e foram felizes é apenas o ínicio do desespero. Depois de casar, tentou concluir os seus estudos, entretanto apareceram os filhos, dois. Como o insucesso foi contínuo, abandonou como tanto outros uma licenciatura. Montou um café onde trabalhou durante três meses, passado um Verão fugiu do dia a dia, das chatices, fechou-se em casa onde se afundou desesperadamente ao ponto de não conseguir ver os filhos, duas crianças de 7 e 4 anos.
Ana sempre teve as melhores bonecas, andou nos melhores colégios, com as roupas de marca de pedir e ter, os automóveis do estou farta quero outro. Os namorados eram giros, faziam-na rir, e abortar quando se descuidava. Ana nunca aprendeu o valor do dinheiro, hoje e depois de um tratamento neurológico profundo, regressa novamente a uma outra clínica para mais 15 dias de internamento, porque estava “mal medicada”. Se Vocês falarem com a Ana ela é uma pessoa perfeitamente normal.
Hoje acho que temos muitas pessoas como a Ana que são controladas por relaxantes, anti-depressivos, substâncias artificiais para nos “sentirmos bem”, quando damos conta estamos mesmo doentes e somos engolidos mental e financeiramente pelos tratamentos.
Quando não há dinheiro para tratamentos como nos desinibimos? Com álcool, com nicotina, com chocolate … mas então qual é a forma mais correcta de aliviarmos um pouco a tensão do dia a dia? Aguardo os Vossos comentários, eu há muito que encontrei uma forma, e desde os meus oito anos que encontrei a solução. Porque não partilharmos o nosso conhecimento ?