Sonhos em queda
Percorro as ruas num Outono onde as almas se cruzam
na melancolia das folhas que encontram o chão ao sabor do vento.
O sol já não ilumina a alma com o mesmo brilho
E os dias esses conhecessem mais pequenos, alguns houve que
anunciaram o Inverno, mas continuam vagarosos …aguardam a mudança da hora.
As almas reflectem o tempo, o abismo é já ali …mergulho
na facilidade da descida, sobre uma corrente fria que me orienta e recorda outros Outonos.
Vejo outras almas resignarem-se a um destino sem alternativa
cair é fácil, não reagir mais fácil ainda …
Bem lá do fundo ouço :
Bem vindo ao passado
Bateste no fundo e à tua volta estão milhares de almas olhando-se num misto de dor e tristeza sem saber o que fazer. Num palco ao centro surge uma imagem projectada onde se vê a mão de um criança de 1 ano agarrando a boca da mãe numa clínica de apoio alimentar no Niger. Aqui não há Outono … só pragas de gafanhotos e uma seca que desnutre qualquer alma que por aqui passe. Agora imagina a mão dessa criança a pedir-te comida …não reagias ? Fosse Outono, Inverno …ou sempre Verão.
1º Prémio World Press Photo 2006
Um presente para Vocês a galeria das fotos a concurso